Resenha: Perdida - Carina Rissi

"Não se tem certeza de nada quando se está apaixonada."

Título: Perdida | Autor(a): Carina Rissi

Coleção: Perdida #1 | Gênero: Lit. Nacional - Romance

Páginas: 364 | Editora: Verus | Comprar: Compare

Avaliação: ★★★★★❤

Sinopse: Sofia vive em uma metrópole e está acostumada com a modernidade e as facilidades que ela traz. Ela é independente e tem pavor à mera menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são aqueles que os livros proporcionam. Após comprar um celular novo, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século dezenove, sem ter ideia de como voltar para casa ou se isso sequer é possível. Enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de retornar ao tempo presente, ela é acolhida pela família Clarke. Com a ajuda do prestativo e lindo Ian Clarke, Sofia embarca numa busca frenética e acaba encontrando pistas que talvez possam ajudá-la a resolver esse mistério e voltar para sua tão amada vida moderna. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos... SKOOB

RESENHA

Sofia é a típica mulher moderna; independente, com personalidade forte e cheia de atitude. Porém, mal acredita no amor, muito menos que ela pudesse um dia se apaixonar por alguém. Para ela, o amor só servia para vender livros e revistas. Contudo, a jovem do século XXI vai viver uma aventura – ou melhor, um romance –, com um gentil cavalheiro do século XIX, que fará com que ela se reconheça e então, conheça o amor...

“Está na hora de começar a crer que existem mais coisas no universo além daquelas que os seus olhos podem ver. E finalmente começar a viver sua vida! Você sempre a deixou para depois, esperando que ela acontecesse, mas nunca fez nenhum esforço para isso.”

Era para ser uma noite de comemoração, mas, para Sofia, não estava sendo bem assim. E o que ela faz? Afunda a cara no álcool. Como se fazendo isso uma fada madrinha fosse aparecer e levá-la para o século XIX onde conheceria um cara maravilhoso. Já pensou? Resultado: bêbada, acaba deixando o seu celular cair no vaso sanitário do bar.

Amante – e dependente – da tecnologia como era, ela não perde tempo. Assim que acorda, no dia seguinte, vai atrás de seu novo bebê. Ela logo encontra uma lojinha e, apesar de ter sido uma compra um pouco inusitada, ela sai de lá com um celular novinho em folha. Bem, pelo jeito, não tão novo assim. Sofia percebe que o celular não da nenhum sinal de que realmente funciona e já conclui que a vendedora passou a perna nela. Até que algo muito bizarro acontece. De repente, a tela se acende e, gradualmente, a luz começa a ficar mais e mais intensa. Cega por conta da forte claridade, Sofia tropeça em uma pedra e cai. Desse momento em diante, sua vida nunca mais será a mesma.

Sofia cai, ok!, Nada de mais. Super normal! Porém, quando nos levantamos, continuamos no mesmo século. Pelo menos, comigo, sempre é assim! Já Sofia, quando se levanta, está no século XIX, em 1930, completamente, PERDIDA.

Assim que vê aquela jovem completamente confusa, Ian Clarke, um jovem bonito e, aparentemente, muito educado, percebe que algo está errado e decide ajudar a pobre moça, que, provavelmente, havia sido assaltado, acolhendo-a em sua casa. Sofia estranha aquela atitude, pois, de onde ela veio quase não se fazia o bem a troco de nada; mas aceita, alias, não estava mais no século XXI.

E o maldito do celular? De que adiantava um celular em 1830? Sofia recebe uma ligação, por meio desse celular, dizendo que ela esta iniciando uma jornada e que deve completá-la. De vez em quando, também chegavam mensagens com o "status" de sua jornada.

“Você está onde deveria estar!Fico feliz que tenha começado sua jornada. [...] Sofia, você precisa completar sua jornada, querida. Descobrir quem realmente é.”

Ian, muito gentil, além de oferecer estadia àquela desconhecida, ainda se mostra muito prestativo. Os dois embarcam em busca por qualquer pista que possa levá-la de volta para casa. Sofia sentia falta de tudo. Como aquelas pessoas viviam sem chuveiro, micro-ondas, internet etc.? Sequer energia elétrica tinha ali! Aquele, definitivamente, não era seu lugar. Contudo, com o passar dos dias, convivendo juntos, tendo sempre um ao outro por perto, passando por várias situações – principalmente divertidas –, começa a surgir uma grande amizade entre os dois e, mais tarde, um sentimento muito forte, capaz de ultrapassar todas as barreiras do tempo.

Sofia começa a notar que ali poderia muito bem ser seu lar, alias, havia algo – na verdade, alguém – ali que fazia com que ela esquecesse de sentir saudade do tecnológico século do qual veio. Ela nunca sentira aquilo, e nem passara por sua cabeça que um dia iria, mas decide parar de tentar enganar a si mesma. Sim, se apaixonara pelo dedicado, carinhoso e prestativo Ian. Ao mesmo tempo, Ian também não resiste. Alias, nunca havia conhecido alguém como ela. Além de ser muito bonita, ela tinha opinião, dizia o que pensava, tinha um jeito muito peculiar – para a época – de ser.

A jornada vai caminhando, rumo ao fim. E quando fosse concluída, Sofia voltaria para casa. Entretanto, onde era sua casa? Onde ela era feliz? Onde seu coração despertara para a vida, para o amor? Tudo será colocado em questão no final.

Há anos conheço a série da Carina, mas nunca havia lido sobre o que se tratava, logo, não tinha interesse em realizar a leitura. Até que em um belo dia, assim, sem mais nem menos, resolvi que iria ler essa tal querida série Perdida. E essa foi umas das minhas melhores atitudes literárias desse ano. 

O romance criado pela autora Carina Rissi é completamente apaixonante e, na minha opinião, sem erros. Ou seja, perfeito! Eu amei tanto, que fica difícil dizem sem acabar me empolgando demais. Se controlaaa garota!

Eu me encantei, de alguma forma, por todos os personagens.

Com seus defeitos e qualidades Sofia se tornou uma das minhas personagens preferidas. Com seu All Star vermelho, que virou sua marca, ela não encanta apenas Ian mas também à nos leitores. Ela é determinada, forte, e muito divertida. Porém, o que impressiona nela é sua sinceridade.

“Era uma pena as pessoas de hoje não serem mais assim, não sorrirem com tanta facilidade, como Ian fazia.”

Ian é um perfeito cavalheiro. Tão educado, gentil e, nossa, muitíssimo apaixonante. Poderia fazer uma lista de metro apenas com elogios à ele. Cada palavra que vinha dele era carregada de emoção, tanto que sempre acabava merecendo um post-it. Algo que gostei muito, também, foi ver como ele, mesmo não desejando nenhum pouco que Sofia – agora sua amada – fosse embora, a ajuda, pois é aquilo que ela deseja.

A escrita da Carina é maravilhosa! O humor está sempre muito presente: É muito divertido o impacto entre o linguajar do século XXI de Sofia, com gírias, e o daquela sociedade, tão formal. Além disso, é impossível não rir com a reação da moderninha em quando conheceu à “casinha”, à “alface”, às roupas – que ela amava até ter que vestir etc.

O desfecho desse primeiro volume foi fantástico! Não imagino um melhor. Pensei que fosse ser algo simples e previsível, mas a autora trabalhou ele tão bem, adicionando umas reviravoltas de quebrar o coração, que o tornou algo muito mais emocionante do que o esperado. Amei Perdida, muito! E o que mais impressiona é que o fato de ser um livro de estreia. Da um orgulho enorme saber que ele faz parte da literatura brasileira, nossa literatura.

“Eu estava ali para aprender. [...] E aprendi que uma vida simples podia ser a mais complexa de todas, a mais feliz de todas, sobretudo se o amor da sua vida estivesse ao seu lado.”

Não sou – não mesmo – a melhor pessoa para dizer algo sobre a época, pois sei pouco. Mas acredito que foi bem caracterizada, tanto as características pessoais quanto sociais remeteu perfeitamente àquela época. Consegui visualizar muito bem as cenas, como as de Sofia e Ian caminhando pela vila, com o que Rissi nos passou.

Perdida, da – NOSSA BRASILEIRÍSSIMA – autora Carina Rissi, entrou para os meus livros preferidos. Tanto que, decidi que precisa ter os livros da série em mãos, mesmo após realizar a leitura desse primeiro em e-book.

“Eu me meti na maior confusão de minha vida quando parei para ajudá-la. E vou agradecer todos os dias por ter feito isso.”

Aprovado e indicado! Esse é um romance obrigatório para leitores que gostam de um bom romance. E mais ainda, se gosta de romances de época.

P.S.: O próximo post com quotes provavelmente será dedicado a ele, pois se eu fosse satisfazer meus desejos já teriam uns 20 quotes aqui. haha